"Não é possível que a gente continue com empresas e pessoas físicas que coloquem um ser humano em trabalho análogo à escravidão. Precisamos dar um basta nisso. Precisamos provocar a sociedade à indignação para dizer chega, basta, não é possível", afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em coletiva à imprensa, na tarde desta terça (5), em coletiva à imprensa na sede da sua pasta, em Brasília. O evento contou com a presença dos representantes das instituições, como José de Lima Ramos Pereira, procurador-geral do Trabalho.
Marinho também destacou que a situação, além de custar caro ao povo brasileiro, também pode cobrar um preço alto de nossa balança comercial. "Uma atividade econômica que assume o risco dessa mancha coloca em risco a imagem dos nossos produtos", disse.
Desde 1995, quando o Brasil reconheceu diante das Nações Unidas a persistência de trabalho escravo, mais de 61,7 mil pessoas foram resgatadas por grupos de fiscalização com a participação dessas instituições. A diferença é que a Operação Resgate realiza um ataque ao crime de forma simultânea, tanto na área urbana quanto na rural.
Minas Gerais foi o estado com o maior números de resgatados na operação, com 204 vítimas. Na sequência, aparecem Goiás (126), São Paulo (54), Piauí e Maranhão (42, cada), Bahia (11), Rio de Janeiro (9), Paraná (8),Rio Grande do Sul, Tocantins e Acre (7, cada), Mato Grosso (6), Rondônia (5), Pernambuco e Espírito Santo (2, cada).
O cultivo de café foi a atividade com o maior número de resgatados, com 98 vítimas, quase empatada com comércio atacadista de frutas, verduras e legumes (97). Na sequência, há o cultivo de cebola (84), a extração de produtos não-madeireiros em florestas nativas (54), a produção de ovos (23), a produção de cerâmica (22), a fabricação de álcool (20), prestação de serviços e restaurantes e similares, a produção de carvão a partir de floresta plantada e o cultivo de laranja (17, cada), a criação de bovinos para corte (15), a confecção de vestuário (13), os serviços domésticos (10), entre outros.
"A Operação Resgate 3 demonstra o compromisso do Estado em erradicar o trabalho escravo contemporâneo no Brasil, com ações nas grandes cidades, mas também em locais remotos. Também deixa claro a importância da cooperação entre entes públicos para atuar em problemas complexos. A operação é, na sua essência, fruto da cooperação interinstitucional", afirma Matheus Viana, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo do MTE.