Nestes tempos tiranos em que vivemos, talvez não tivesse escolha melhor que Narges Mohammadi para a entrega do Prêmio Nobel da Paz, anunciado nesta sexta-feira (6), em Oslo, na Noruega.
A escolha se deu "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e para promover os direitos humanos e a liberdade para todos", explicou a presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen.
Presa 13 vezes pelas forças iranianas e condenada cinco vezes a um total de 31 anos de prisão e a 154 chicotadas, Mohammadi é o maior símbolo atual da luta contra o regime dos Aiatolás, que se tornou ainda mais cruel diante da onda de protestos contra a recente morte de uma jovem de 22 anos que ousou sair à rua sem o hijab, aquele véu que cobre os cabelos.
Presa em Teerã, Mohammadi vem tendo sua soltura defendida inclusive pela ONU, mas a tendência, segundo especialistas, é de que sua escolha como ganhadora do Nobel enfureça ainda mais o governo iraniano, que acusa o ocidente de estimular a "subversão" ao regime. (Foto: Getty Images)