Fissura labiopalatal já não é mais um problema insolúvel
COTIDIANO
Publicado em 19/10/2023

Hoje (19 de outubro), conforme a Lei Estadual 19.531/2018, no Paraná é o Dia Estadual da Pessoa com Fissura Labiopalatal. Essa data foi criada para conscientizar a sociedade sobre essa condição, a importância do tratamento precoce e também que não se trata mais de um problema insolúvel.

Também conhecida como lábio leporino, a fissura labiopalatal é uma abertura no lábio ou no céu da boca, que acontece quando o bebê está se formando na barriga da mãe. Essa abertura pode causar dificuldades na alimentação, na fala e na respiração, além de afetar a autoestima da pessoa.

De acordo com o deputado estadual Marcio Pacheco, autor da referida lei, o objetivo da criação do Dia Estadual da Pessoa com Fissura Labiopalatal é promover a conscientização por meio de campanhas e debates sobre o tema, com a divulgação das formas de tratamento, além de alertar a sociedade sobre o prejuízo de atitudes discriminatórias e preconceituosas contra as pessoas com tais anomalias congênitas. 

O tratamento da fissura labiopalatal envolve uma equipe multidisciplinar, composta por cirurgiões, dentistas, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais. O objetivo é oferecer uma reabilitação integral, que melhore a qualidade de vida e a inclusão social das pessoas com fissura.

O deputado também é autor da Lei nº 20628/2021, que determina que as instituições hospitalares integrantes do sistema de saúde do Paraná, públicas ou privadas, que realizarem partos de recém-nascidos diagnosticados com fissura labiopalatal, devem comunicar pelo menos uma das entidades de referência existentes no estado para atendimento dos portadores da anomalia congênita.

Pela legislação, as unidades hospitalares têm o prazo de 15 dias para fazer o comunicado. Cabe à entidade de referência no tratamento de pessoas com fissura lábio palatal, após comunicada, contatar os pais ou responsáveis pelo recém-nascido e fazer o trabalho de orientação para auxiliar no tratamento.

"O objetivo é dar orientação precoce aos pais em relação aos tratamentos oferecidos para a correta solução da deformidade. Hoje por meios cirúrgicos podemos proporcionar a correção do problema obtendo uma melhor estética e qualidade de vida", enfatiza Pacheco.

 

NÚMEROS

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), uma em cada 700 mil crianças que nascem no mundo pode apresentar a fissura labiopalatal. No Brasil, a proporção é de uma para cada 650 e as estimativas gerais apontam para a existência de aproximadamente 280 mil pessoas com fissura lábio palatal em todo o País. Entretanto, não se sabe exatamente quantas já receberam atendimento.

Ao todo, 30 hospitais no País fazem o atendimento especializado para o tratamento das fissuras. No Paraná, são seis centros especializados espalhados por Curitiba, Londrina, Ponta Grossa, União da Vitória, Maringá e Cascavel.

Cascavel, vale lembrar, também possui uma entidade de apoio a esses pacientes. Trata-se da Apolilab (Associação de Portadores de Fissura Lábio Palatal), que teve como um dos principais mentores o saudoso Antonio Backes, mais conhecido como Toninho Cabeleireiro e que faleceu justamente no dia 19 de outubro do ano passado. 

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