Em que pese o senso comum de que nela "até vaca voa", a política é, na verdade, apenas a "a arte do possível". Vaca só voa no curso de campanhas nas quais magos da trapaça costumam vender ilusões que acabam, invariavelmente, se transformando em frustrações.

Não causa grande estranheza, portanto, o fato político da semana em Cascavel, que movimentou apenas a primeira das várias peças-xave do xadrez político que culminará, daqui a quase um ano, com a eleição do sucessor de Leonaldo Paranhos.

É equivocado dizer que Renato Silva e Marcio Pacheco tenham "quebrado os pratos", ou que a sintonia entre os dois tenha se limitado ao projeto pessoal de ambos, que é herdar a cadeira do atual prefeito.

A questão é que a vaga no Republicanos para essa disputa é uma só e o presidente nacional do partido, deputado Marcos Pereira, se antecipou dando a "bênção" a Renato e preterindo Pacheco, que para manter seu projeto de pé precisará buscar outra sigla.

Opções para tanto não faltam, pois sua densidade eleitoral o faz uma espécie de "sonho de consumo" de vários partidos, mas para não ter problemas lá na frente Pacheco não poderá sair atirando, sob pena de ver sua atual sigla questionar a legitimidade de uma eventual candidatura lá na frente.

E se assim efetivamente acontecer, nada impede que as mágoas de hoje sejam superadas rapidamente e ambos voltem a ocupar o mesmo palanque num eventual segundo turno.

Política é assim mesmo. Só não acredita quem dela não entende.