O gerente-geral da unidade, Carlos Matiuzzi, o gerente de Medicina e Segurança do Trabalho, Maurício Luiz do Santos, e gerente operacional Elias Maikon Sobrinho Coutinho vão responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal culposa pela explosão de 26 de julho do ano passado, que deixou dez pessoas mortas no silo de secagem de grãos da C. Vale, em Palotina.
Análise da Polícia Científica mostrou que as explosões foram causadas pelo "excesso de poeira no ar em conjunto faíscas geradas pelo contato de ferramentas metálicas", por isso os três funcionários estão sendo indiciados por "diversas falhas e ineficiência" do sistema de desempoeiramento dos túneis, de acordo com o delegado Rodrigo Baptista Santos, que comandou a investigação.
"O gerente geral era responsável pelas vítimas, e deixou de exigir e cumprir normas previstas na legislação trabalhista. O outro gerente e o analista sabiam das necessidades de atualização e manutenção, além dos possíveis riscos de explosões", explicou o delegado, que encaminhou o relatório ao Ministério Público.
OUTRO LADO
A direção da C.Vale emitiu a seguinte nota oficial sobre o laudo da Polícia Científica.
"Na data de hoje, a Polícia Técnica do Estado do Paraná, em coletiva de imprensa, realizada na cidade de Palotina, revelou, como possível resultado do evento explosão, ocorrido na Unidade Central de Recebimento de Grãos, o empoeiramento dos espaços confinados acionado por faísca gerada por atrito de pá metálica.
Também foi divulgado pelo Excelentíssimo Delegado da Polícia Civil da Cidade de Toledo, responsável pelas investigações, a conclusão do Inquérito Policial com o indiciamento de três colaboradores da Cooperativa.
Diante desses fatos, a cooperativa C.Vale avaliará o conteúdo do laudo, assim que o receber formalmente, reafirmando, desde já, seu compromisso de colaboração com as investigações dos fatos ligado ao acidente, tendo, ainda, total compromisso com a reparação dos danos emergentes que assim forem reconhecidos.
De igual sorte manterá ativa suas políticas de segurança, intensificando as medidas necessárias a averiguar a regularidade estrutural de todas as suas unidades de recebimento de grãos". (Foto: Reprodução)
Por fim, continuará acompanhando todos os desdobramentos judiciais, em trâmite nas esferas cíveis, trabalhistas e criminais, visando responder às suas responsabilidades". (Foto: AENPR)