J. J. Duran
A crise que se precipitou sobre os cidadãos brasileiros está passando por instantes de trepidação. Refiro-me à crise da insegurança individual e coletiva da sociedade.
Os sociólogos buscam causas e soluções dentro de um amplo leque, onde o binômio repressão/segurança tem prioridade.
Há muitos anos que, assim como outros países do continente, o Brasil convive com governos que proclamam que o povo vive um tempo de bem-estar, mas o fazem porque estão sempre de costas para a realidade.
Temos uma falsa democracia e uma falsa economia, que geram um também falso cenário de bem-estar.
Equivocada foi a intentona cívico-militar do bolsonarismo liberal, como equivocado está sendo este governo dito progressista.
Falsas são muitas das instituições da República, como também os partidos políticos enclaustrados em velhos e conhecidos profissionais da política paroquial das aldeias, que mostra o despreparo do eleitorado no momento de votar.
É ainda longo o horizonte do Brasil para chegar ao momento de ter uma sociedade pluralista, sem polarizações fantoches, solidária, capaz de ter o diálogo como ferramenta de busca do tão almejado consenso republicano.
O tempo conspira contra a demagogia barata vinda dos recintos legislativos, onde a política se reduz a um jogo grotesco de defesa de interesses pessoais, o que torna falsa a democracia que proclamam.
A violência tem origem nos Estados voluntariosos e onipotentes, onde o iluminado ou líder popular vive cercado de ególatras que desfrutam do que foi produzido pelo trabalho honesto de muitos que, longe dos gabinetes confortáveis, trabalham para fazer da promessa de bem-estar dos governantes a realidade do quotidiano.
Há solução para isso? Sim, a começar pela reformulação dos partidos políticos, outorgando a eles autenticidade para que se identifiquem com as aspirações do povo.
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná