O PDT Paraná apresentou o Painel Gestor de Organização Partidária no 6º Congresso Nacional do PDT, que ocorre em Brasília, nos dias 23 a 25 de maio. A ferramenta inovadora visa analisar de forma rápida como o partido está estruturado nos municípios paranaenses, indicando geograficamente onde há órgão partidário formalizado (comissão ou diretório), quem o preside, sua vigência e sua composição sob a perspectiva de diversidade de gênero e racial.
Segundo o presidente do PDT Paraná, deputado estadual Goura, a ideia é apresentar a ferramenta e avaliar a sua utilização nacionalmente, uma vez que o painel gestor possibilita verificar regiões geográficas com maior e menor incidência partidária, subsidiando futuras estratégias de inserção e fortalecimento local.
O painel gestor foi criado pelo administrador e mestrando em Economia das Organizações, Lucas Kogut. Ele explica que o primeiro passo para a criação da ferramenta foi a digitalização do processo de instauração e renovação de órgãos partidários para formar a base de dados que incluiu representatividade de gênero e racial.
Índice de representatividade
O primeiro ato da atual gestão do PDT Paraná foi dar início à implementação de um plano de paridade de gênero e representatividade de pessoas negras e indígenas nas comissões executivas municipais. O objetivo é garantir à população negra, indígena e às mulheres o protagonismo dentro da estrutura partidária.
A orientação, direcionada a filiados, filiadas e dirigentes, estabelece que todos os órgãos partidários municipais cumpram o Art. 12 o do Estatuto do PDT no que diz respeito ao mínimo de 30% de mulheres, buscando, além disso, a paridade de gênero (50%) e a participação de pessoas negras e indígenas.
Agora, com a coleta de dados referente a representatividade de gênero e racial foi possível a criação de um índice de representatividade. Essa ferramenta vai de encontro à proposta de fortalecimento e ampliação da representatividade na estrutura partidária do PDT Paraná.
“O índice de representatividade é calculado a partir de uma média ponderada do percentual de participação feminina e do percentual de pessoas negras na composição do órgão cuja nota varia de 0 a 1, sendo 1 a nota conferida ao órgão que cumpriu todos os requisitos de representatividade”, explicou Lucas.
Entusiasta da nova ferramenta também como instrumento de pesquisa acadêmica, a coordenadora política da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini no Paraná, professora Desiree Salgado, lembrou que o PDT sempre se preocupou com a igualdade e a participação de todas as pessoas nos espaços públicos.
“Assim está na Carta de Lisboa, com seus princípios e sua atenção especial às mulheres, às pessoas negras e aos povos indígenas. A construção desse índice de representatividade é o início de uma organização que pode fortalecer os princípios partidários nos órgãos de direção, promovendo igualdade nas múltiplas instâncias do partido. Trata-se de democratizar, pluralizar e diversificar a organização partidária”, afirmou.
Goura ressaltou que a “informação gerada pelo índice de representatividade é capaz de subsidiar a atuação estratégica dos movimentos, que pela análise geográfica podem verificar as regiões do Paraná com maiores e menores representações femininas e raciais, de modo a agir proativamente para melhoria dos índices de cada região”.
Representantes da Executiva Estadual do PDT Paraná
Dados do PDT no Paraná
O índice de representatividade demonstra que dos 205 órgãos partidários ativos do PDT no Paraná, a média de representação feminina é de 39,02% e a de representação étnica é de 31,71%.
No quesito representação feminina, apenas um órgão partidário não possui nenhuma mulher. Em relação à representação étnica são 37 os órgãos que ainda não possuem pessoas negras na sua composição.
Vale destacar que a criação deste índice foi possível devido a inclusão da autodeclaração étnico-racial no formulário da inscrição do órgão partidário.
Representatividade nos cargos de decisão
Um dos objetivos da direção partidária é mapear a diversidade nos órgãos partidários de forma mais detalhada, ou seja, saber quais espaços as mulheres, pessoas negras e indígenas ocupam nas comissões executivas.
Uma consulta rápida aos dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que o número de mulheres que ocupam cargos de decisão nos partidos políticos ainda é muito baixo. Em nível nacional, nos 29 partidos registrados no TSE, apenas seis são presididos por mulheres e dos 61 cargos de decisão listados (presidência, vice-presidência, secretaria ou tesouraria), apenas 14 são ocupados por mulheres.
Ou seja, em que pese algumas direções partidárias chegarem próximo a uma paridade de gênero na composição dos diretórios, os cargos de decisão ainda são predominantemente ocupados por homens.