Você sabe o quanto a apuração correta da depreciação de máquinas agrícolas pode interferir no sucesso da sua lavoura? Mais do que manter o pleno funcionamento da propriedade, o domínio dessa informação contribui para a tomada de decisões assertivas e um melhor posicionamento do negócio no mercado.
Quer saber mais sobre como fazer esse cálculo e de que forma realizar a gestão da depreciação do seu maquinário? Então, continue a leitura do artigo e confira como garantir a saúde financeira do seu empreendimento agrícola!
O que é depreciação de máquinas agrícolas?
A depreciação de máquinas agrícolas pode ser definida como um procedimento contábil que expressa a perda de valor dos bens utilizados na atividade rural, que acontece em virtude do tempo e do seu emprego nas operações do dia a dia.
Em outras palavras, sempre que o agricultor fizer a aquisição de uma máquina, haverá a perda do seu valor financeiro. E conhecer de forma precisa esses valores é importante para que o produtor entenda melhor os seus custos de produção e, principalmente, a reserva financeira necessária para aquisição de novas máquinas no futuro.
O intuito é garantir a saúde financeira da propriedade e ainda evitar que as operações sejam interrompidas pelo mau funcionamento dos equipamentos.
Como a depreciação acontece?
Basicamente, as máquinas agrícolas saem das fábricas com peças e tecnologias sem nenhum tipo de desgaste. Com o passar dos anos e a dura rotina de trabalho no campo, elas vão sofrer depreciação em decorrência de dois fatores principais: o desgaste devido ao uso e a obsolescência.
Como o próprio nome sugere, a depreciação por uso se dá pelo desgaste natural das peças, devido ao seu intenso uso nas lavouras. Quanto maior o volume de produção, mais rápida será sua depreciação. Nesse contexto, é importante considerar a exposição a fatores naturais como chuva, poeira e sol.
Já a obsolescência pode acontecer devido à redução no fluxo de demandas ou lançamento de uma nova versão do equipamento. De qualquer forma, a porcentagem de depreciação varia de acordo com cada ferramenta.
Por que é importante considerá-la?
Considerar a depreciação de máquinas agrícolas é um ponto fundamental para o equilíbrio financeiro do negócio e também para manter a produção alinhada com as estratégias de investimentos da empresa. Além disso, calcular a desvalorização das máquinas é essencial para composição do custo final do produto.
Então, se essa taxa é negligenciada ou calculada incorretamente, pode resultar em diversos prejuízos. O cálculo da depreciação de equipamentos é uma questão de sobrevivência no agronegócio.
Como calcular a depreciação?
O cálculo da depreciação de máquinas agrícolas deve levar em conta três aspectos fundamentais:
- o valor investido na aquisição;
- a vida útil do ativo; e
- o seu valor residual (valor que será obtido com a venda da máquina ao fim da sua vida útil).
E, para qualquer tipo de ativo imobilizado, há dois tipos de depreciação. O primeiro é a depreciação fiscal, que no geral utiliza uma taxa de depreciação de 10% ao ano. O segundo tipo é a depreciação contábil, que investiga o real desgaste da máquina diante das suas condições de uso na propriedade.
Ademais, a Receita Federal e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fornecem as taxas de depreciação anuais dos maquinários agrícolas, bem como a vida útil em horas e o valor residual desses equipamentos. É um ótimo parâmetro para compor a base de cálculo na sua propriedade.
Elementos do cálculo
Independentemente da finalidade de cada máquina agrícola, todas elas têm um ciclo de vida útil e sofrem com a influência de diferentes fatores. O método de depreciação mais utilizado considera o valor de aquisição, o valor residual e os meses de uso.
Contudo, em outros cálculos mais complexos, também são levados em conta elementos como:
- horas trabalhadas por hectare;
- capital imobilizado;
- seguro;
- entre outros.
Fórmula de cálculo
A fórmula de cálculo da depreciação contábil é valor de aquisição – valor residual / meses de uso, sendo que o valor residual é aquele obtido da venda do equipamento ao fim da sua vida útil.
Exemplo prático
Imagine que um produtor de soja adquiriu uma colheitadeira no valor de R$ 1.200.000,00, cuja vida útil está estimada em 10 anos, isto é, 120 meses. Além disso, o valor residual do equipamento é de 25%, de acordo com a Conab.
Isso significa que, ao final do ciclo, ela será vendida por R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) — uma diferença de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais) entre a compra e a venda.
Para calcular a depreciação mensal da máquina, o valor da diferença é dividido entre os meses de uso do ativo na indústria: 900.000 / 120 (meses) = R$ 7.500,00 por mês. Essa é uma forma básica de entender uma média de capital que deve ser reservado mensalmente para quando chegar o momento de adquirir uma nova máquina.
Como lançar a depreciação das máquinas agrícolas?
O ideal é que o produtor conte com sistemas de gestão automatizados, que reúnam todas essas informações em um único ambiente. Considere a depreciação mensal como um custo de produção.
O que pode gerar maior depreciação?
Quando falamos em depreciação de máquinas agrícolas, um dos primeiros fatores que resultam no maior desgaste dos equipamentos é o fato de não se considerar as orientações de uso estabelecidas pelo fabricante. Isso fatalmente leva a um desgaste mais rápido das peças e pode ocasionar quebras prematuras.
Portanto, desde a forma como elas são implementadas na lavoura até a maneira como são guardadas, cada detalhe é importante para ajudar a reduzir essa depreciação. Um trator que passa 100% do seu tempo exposto às condições climáticas, por exemplo, naturalmente terá um desgaste maior do que aqueles que ficam guardados no armazém.
Outro fator que exerce grande influência nos níveis de depreciação é o volume de produção. Como mencionado, quanto mais intenso for o uso do equipamento, mais rápido ele se desgasta. Logo, lavouras maiores estão mais propensas a manutenções mais frequentes e à troca das máquinas em um menor intervalo de tempo.