Denúncia contundente de desmonte educacional e venda de patrimônio paranaense acende debate sobre o futuro do estado
O Paraná está no centro de um furioso debate sobre o futuro de sua educação pública e a gestão de seu patrimônio. Em um texto contundente que já ressoa pelas redes sociais, o professor, escritor e ex-deputado Tadeu Bento França não poupa críticas ao governador Ratinho Júnior (PSD), acusando-o de promover uma “desparanização” do estado e de avançar de forma autoritária contra as escolas públicas.
Intitulado “RATINHO, VOCÊ É UMA VERGONHA”, o manifesto de Tadeu França ecoa a indignação de setores da comunidade escolar e da sociedade civil. O ex-deputado, com sua conhecida veia combativa, traça um panorama sombrio: “De garoto pobre em Jandaia do Sul a autoritário mandante estadual (…), o prepotente Ratinho avança contra a escola pública paranaense, destitui diretores eleitos democraticamente e afronta a comunidade escolar a favor de apaniguados sob o rótulo de parceiros da escola.”
A crítica se aprofunda ao mencionar a “jovem resistência” de estudantes, como os do Colégio Moisés Maluf de Maringá, que para França, representam “a certeza da esperança em um futuro melhor.”
“Parceiros da Escola”: Ajuda ou Interferência?
A polêmica em torno das políticas educacionais de Ratinho Júnior não é novidade. O programa “Parceiro da Escola”, que permite que empresas e organizações da sociedade civil sem fins lucrativos gerenciem escolas estaduais, tem sido alvo de intensos questionamentos. Embora o governo defenda a iniciativa como uma forma de otimizar a gestão e trazer melhorias estruturais, críticos, como Tadeu França, veem no programa um “avanço contra as nossas escolas públicas” e uma maneira de favorecer “cabos eleitorais estratégicos do chefete”.
França aponta uma suposta contradição na gestão estadual: “Durante sete anos de desgoverno, o sr. Ratinho alegou falta de recursos para a manutenção das escolas públicas. Agora, o maníaco aspirante a voos políticos maiores acena com verbas para reformas aqui, outras lá, desde que as escolas se curvem ou aceitem os ditames dos ‘parceiros da escola’.”
Um Apelo à Greve Geral e a Venda do Patrimônio Estadual
A indignação de Tadeu França se estende a um apelo direto à APP Sindicato, entidade que representa os professores do Paraná, para que convoque uma greve geral. Segundo ele, as ações do atual governo são “mais ofensivo à EDUCAÇÃO que os tiranos da ditadura militar do passado.”
O ex-deputado eleva a discussão para além da educação, denunciando a venda de importantes patrimônios do estado. Ele menciona a “quase totalidade do Porto de Paranaguá (90% dos contêineres) para a China, a Copel para a Bordeaux, a Petrosix de Xisto de São Mateus do Sul para o Canadá”, afirmando que “Riquezas históricas que custaram o suor e o sangue de nossos antepassados, têm sido dilapidados implacavelmente pelo atual desgovernante.”
A privatização da Copel, em 2023, foi um marco na gestão de Ratinho Júnior, gerando um debate acalorado sobre o papel do Estado na economia e a entrega de empresas públicas. A venda de participação acionária no Porto de Paranaguá e na Petrobras Six (unidade de xisto em São Mateus do Sul, que de fato foi vendida para a Forbes & Manhattan, um grupo canadense) reforça a tese de Tadeu França sobre a “desparanização”.
Da Amizade ao Desapontamento: Um Padrinho Crítico
Em um tom pessoal, Tadeu França revela uma relação passada com a família do governador, destacando ter sido ele quem, na condição de deputado estadual, intercedeu junto ao então governador José Richa para que a família de Ratinho Júnior se transferisse para Curitiba. “Eu gostaria de elogiá-lo”, diz França, antes de concluir com amargura: “Infelizmente, você envergonha o Paraná e a seu este ‘ex-padrinho’ de outrora.”
A matéria, baseada nas fortes palavras de Tadeu França, abre espaço para uma reflexão crucial sobre a condução da educação e dos bens públicos no Paraná. O embate entre a visão do governo e as críticas de figuras como o ex-deputado prometem continuar moldando o cenário político e social do estado nos próximos meses.
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