J. J. Duran
Vivemos um tempo de crise universal, no qual a humanidade se debate, angustiada e oprimida, em meio ao terror das guerras, do ódio racial e da violência presente em todas suas macabras rotulações, enquanto assiste à agonia das virtudes morais.
As religiões sentem o fragilizar de suas formas para iluminar e disciplinar as consciências.
A moral se dilui em meio ao materialismo da apologia institucionalizada do pauperismo, como se isso fosse uma contingência e não uma chaga da desumanidade existente nos dias atuais.
Em muitos lugares do globo o direito à terra não consegue coordenar os fatos que o agridem, zombando da soberania e dos seus princípios.
Divorciada da ética, a economia parece resumir-se numa só lei: a que dá aos povos ricos o direito de enriquecer cada vez mais, ainda que à custa da miséria genocida de milhões de seres humanos, sobremaneira das crianças e dos idosos.
Estamos contemplando um mundo que morre e outro que nasce, com uma civilização desvairada e o aparecimento, na ordem mundial, de figuras controversas e alopradas como se fossem mensageiras iluminadas de um futuro a cada dia mais incerto.
É nesse contexto que, como sociedade brasileira, recebemos todas as desventuras vindas do exterior, acumulando-as às nossas próprias vicissitudes, que na não são poucas.
Uma crise ampla e profunda assola muitos setores da vida nacional, cuja moral pública segue sendo agredida e abalada por fatos quase sinistros, como são os casos do roubo da merenda das criancinhas, que vão às escolas mais pela comida que pela educação, e do pão dos velhinhos aposentados, que devem suportar a ignomínia por não terem a quem recorrer.
E como se isso não bastasse, o clima se agita e se enfurece como se estivesse dando o último aviso aos seus detratores.
É por isso que digo, do alto de meus 98 anos de vida, que estamos na iminência de enfrentar a maior de todas as crises. (Foto: Arquivo AGBR)
J. J. Duran é jornalista, escritor, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná