A Polícia Federal (PF) executa mandados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta sexta-feira, 18, em Brasília. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), ele terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá acessar redes sociais.
As ordens judiciais estão sendo cumpridas na residência de Bolsonaro e em locais associados ao Partido Liberal (PL), seu partido.
A partir de agora, Bolsonaro deve permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã, e foi proibido de se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus e investigados pela Corte.
A defesa do ex-presidente disse ter recebido a decisão com “surpresa e indignação”.
Veja na íntegra:
“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário.
Pedido de condenação pela PGR
No dia 15 de julho, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Para o órgão, o ex-presidente liderou uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.
A ação penal apura a tentativa de ruptura institucional planejada pelo núcleo próximo ao ex-presidente. As acusações fazem parte das alegações finais.
Os crimes atribuídos ao ex-presidente Bolsonaro foram: organização criminosa armada (Lei 12.850/2013), tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal), tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do CP), dano qualificado contra o patrimônio da União (art. 163, parágrafo único, do CP) e deterioração de patrimônio tombado (Lei 9.605/1998).
As penas somadas são de até 43 anos de prisão. O prazo para as alegações finais sobre o “núcleo 1” da trama havia terminado no dia 14 de julho. Trata-se do último passo antes do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal (STF), que decidirá se acata ou não a denúncia da PGR.
Além de Bolsonaro, a PGR também pede a condenação de outros sete réus. São eles: os ex-ministros Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o deputado federal Alexandre Ramagem e o tenente-coronel Mauro Cid.