A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) respirou com certo alívio ao ver a entrada em vigor do tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros ser adiada em quase uma semana (do dia 1º para o dia 6), mas alertou que o setor de carnes do Brasil não suportará continuar a vender para o mercado dos EUA tendo que pagar uma tarifa pouco superior a 76% de imposto, já que os 50% anunciados recentemente irão se somar a outros 26,4% já existentes.
A entidade entende que isso causará ao setor um prejuízo de US$ 1 bilhão e tornará as exportações para os EUA economicamente inviáveis, por isso tem buscado junto aos importadores norte-americanos e ao governo brasileiro alternativas para mitigar os impactos. Só de carne bovina, o Brasil enviou para lá no ano passado 229 mil toneladas e a projeção para este ano era bem maior, de 400 mil toneladas.
"A entidade está em diálogo com os importadores norte-americanos e colabora com o governo federal na busca de uma solução negociada. Reforça a importância de preservar o fluxo comercial com os EUA, que enfrentam atualmente o menor ciclo pecuário dos últimos 80 anos. Também destaca a atuação conjunta do esforço do Ministério da Agricultura e Pecuária na abertura de novos mercados e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) nas articulações diplomáticas e comerciais", disse a Abiec em nota oficial.
Tido hoje como o principal "supermercado do mundo", o Paraná está ainda mais preocupado que o restante do País com o tarifaço. Isso porque só ao longo do ano passado o Estado exportou para lá US$ 1,58 bilhão em produtos agropecuários, especialmente carnes. (Foto: Sistema Faep)