A abertura total do mercado livre de energia pode agregar, pelo menos, dez mil novas unidades consumidoras, somente em janeiro de 2023, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Hoje, o número total ultrapassa 36 mil, de um potencial de 202 mil consumidores. Os dados são da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), em reportagem do Portal Solar. A mesma associação prevê uma migração potencial de 165 mil unidades consumidoras.
De janeiro a setembro de 2023, por exemplo, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou a migração de 5.627 consumidores. São empresas que deixaram o mercado regulado – também chamado de cativo – após um processo burocrático de transição, com vários requisitos a serem cumpridos em relação às distribuidoras que os atendiam.
A migração mais intensa em 2024 deve acontecer pelas novas regras, que passam a valer no ano, liberando todos os clientes do grupo A – de média e alta tensão. Até 2023, somente empresas desse grupo com demanda maior que 500 kW, estão autorizadas a migrar.
As informações da CCEE mostram um quadro inicial do que pode ser a migração maciça a partir de janeiro. São Paulo foi o estado com maior volume de migrações de consumidores entre janeiro e setembro, seguido pelo Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. De acordo com a Câmara, “são regiões que historicamente se posicionam no topo do ranking, pois reúnem o maior número de indústrias e empresas de grande e médio porte”.
A CCEE, no entanto, tem observado um aumento significativo no Nordeste, com destaque para Pernambuco e Bahia.
Um dos componentes que pode acelerar ainda mais o processo é a flexibilização das regras para a migração. É importante lembrar que nem todos os novos consumidores do mercado livre serão associados diretamente à CCEE. Aqueles com demanda abaixo de 500 kW deverão ser representados por um comercializador varejista.