J. J. Duran
A atual geração política tem se conduzido por dois caminhos: o de amigo e, notadamente no tempo mais recente, no de inimigo do adversário, fruto da acomodação verborrágica dos novos tempos e de muitos dos novos líderes.
Esses elementos definidores do antagonismo circunstancial mostram que na política nenhuma rotulação é excludente ou depreciativa, até porque muitos não compreendem porque são poucos aqueles que tiveram a oportunidade de testemunhar quanto os homens públicos são por vezes injustiçados e desconhecem quão difícil é a tomada de decisão nos momentos cruciais de uma sociedade.
Certa feita, ouvi de um presidente argentino a afirmação de que "existe na mente de todo opositor que o governante navega nas águas mansas do raciocínio e longe da paixão subalterna ou partidária".
Hoje não são poucos os homens públicos de arrogância infecunda, que nos momentos da tomada de decisão preferem se dirigir à Nação manifestando desprezo pelos adversários e rotulando-os como inimigos.
É chegada a hora de desarmar os espíritos e dar lugar ao diálogo fecundo para que governantes e opositores possam caminhar juntos e sem a sombra do revanchismo político a fim de que ações eventualmente equivocadas possam ser corrigidas.
Os brasileiros estão às vésperas de mais uma eleição e este é um momento oportuno para que cada postulante ao voto demonstre a responsabilidade e o respeito capazes de dar clareza e rumo adequado às suas propostas.
Que cada candidato se mantenha - tanto no curso da campanha quanto depois dela - fiel aos programas e compromissos partidários, já que educação e inteligência não recomendam o desfraldar de bandeiras ideologias radicais.
Volto a lembrar aos pré-candidatos ao pleito de outubro próximo sobre a existência de um verdadeiro exército de crianças órfãs da verdadeira justiça social e que será um desatino fechar os ouvidos ao clamor que emerge do povo. (Foto: Lula Marques/AGBR)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário de Cascavel e do Paraná