O governo Lula é de Frente amplíssima. Comporta membros do Centrão e até egressos do bolsonarismo.
O presidente, conciliador nato, acolheu até onde pode gente do União e do PP, legendas de direita que agora decidiram romper com o governo. Já vão tarde.
Parlamentares desses partidos (e também vários do Republicanos, PSD e alguns do MDB) indicaram ocupantes de mais de uma centena de cargos na administração! E votavam sistematicamente contra projetos importantes do governo. E na Pec da Blindagem, na urgência da anistia pra golpista e outras aberrações. Um atraso só!
Tudo tem limite! Esses apaniguados agora estão sendo exonerados de superintendências de Ministérios, agências reguladoras, Sudene, DNIT, DNOCS, FNDE...
Centrão é signo de oportunismo e fisiologismo, o que leva ao desprezo pela ética pública. E quem se opõe sistematicamente a um governo não deveria, hipocritamente, fazer parte dele.
O governo entra numa rota saudável, com mais nitidez programática e entregas à população. É melhor uma "governabilidade" tensionada no Parlamento que de conciliação rebaixada e paralisante.
GUILHERME BOULOS no Ministério se insere nessa reorientação positiva. Nosso camarada "quer levar o governo pras ruas". Vivência, competência e pique ele tem, de sobra.
Em tempo: essa indicação não passou pela direção do PSOL, que tem como princípio não trocar adesão a projeto político por cargos. Somos base de apoio do governo, contra o neofascismo e os retrocessos - mantendo independência crítica, quando necessário
Aliás, o partido perderia um campeão de votos se Boulos, não for candidato ano que vem, o que é uma possibilidade. Por outro lado, ele há de contribuir para nutrir o governo de mais programas efetivos para a população pobre, com intensificação da participação popular. Vamos torcer; vamos, fraternalmente, cobrar!
Em frente!
