Negar o óbvio tem o seu preço. E quando o óbvio vem avalizado por estudos científicos, esse preço é ainda maior e pode ser até mesmo letal. A pandemia da Covid-19 não deixou entre nós apenas mais de 700 mil brasileiros mortos, mas muitos outros que poderão entrar para essa estatística se o negacionismo relacionado às vacinas já devidamente testadas e aprovadas não for combatido com rigor.
Resultado da nefasta "politização" desse tema, no último quadrimestre a cobertura vacinal de crianças paranaenses com até 12 meses de idade atingiu a meta em apenas 17,8% dos municípios paranaenses, um dado que deve preocupar a todos.
Ao revelar esses números em sessão da Assembleia Legislativa, a deputada estadual Márcia Huçulak sugeriu a realização imediata de uma nova campanha de imunização e outra destinada justamente a combater essa conversa mole, que vem derrubando drasticamente os índices de vacinação não só no Paraná, mas no Brasil inteiro, e elevando o risco de crescimento e/ou crescimento de doenças já tidas como sob controle.
"O negacionismo da vacina tem de parar; precisamos insistir nisso. Não podemos deixar a ignorância prevalecer. Estamos retrocedendo. Voltou o sarampo, temos risco com a paralisia infantil, para não falar da Covid, cujos óbitos atualmente são 60% de gente que resiste a tomar vacina. Estamos voltando à idade das trevas em pleno século 21", desabafou ela, que domina o assunto por ser, antes de tudo, uma profissional da área de saúde. (Foto: Divulgação)