O eleitor já não aguenta mais!
Pinga-fogo
Publicado em 29/10/2024

Em São Paulo, maior colégio eleitoral brasileiro, o total de eleitores que não escolheram nenhum dos candidatos na votação do último domingo (27) chegou a absurdos 3,6 milhões, maior inclusive que a votação do prefeito reeleito Ricardo Nunes (3,4 milhões).

Em Curitiba o cenário foi parecido, com 502.439 eleitores não comparecendo às urnas, votando em branco ou anulando o voto, número bem próximo da votação do prefeito eleito Eduardo Pimentel (531.029) e bem maior que a da candidata derrotada Cristina Graeml (390.254). E quem tirar um tempo para pesquisar, comprovará que tal fenômeno se repetiu Brasil afora, com o índice médio ficando bem próximo dos 30%.

Esse desinteresse foi manifestado em grau minimamente maior nas eleições realizadas durante a recente pandemia, o que é perfeitamente compreensível já que ir a locais com aglomeração, à época, era correr sério risco de adoecer. E por que se repetiu agora, depois que a Covid finalmente virou uma "gripesinha"? A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, está sugerindo que a Justiça Eleitoral faça uma pesquisa ampla para descobrir as causas.

Mas, convenhamos, não parece interessante gastar dinheiro público em algo desse tipo, pois a razão está clara como a neve e pode até ser definida como outra "pandemia": a da frustração diária a que uma parcela nada modesta da classe política tem submetido o eleitorado como um todo.

Diante disso, bem mais providencial seria desenvolver uma pesquisa para entender como fazer para poupar o eleitorado de punhaladas nas costas. (Foto: Divulgação Justiça Eleitoral)

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